Affonso Romano de Sant’Ana (Corredor de Monumentos Praça do Sol Poente)
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Título
Affonso Romano de Sant'Ana (Corredor de Monumentos Praça do Sol Poente)
Descrição
Busto de Affonso Romano de Santana (1937). Poeta mineiro. Busto em concreto, sobre pedestal em concreto. Autoria de Nilson Camisão
1.1 Título da Obra
Affonso Romano de Sant'Ana (Corredor de Monumentos Praça do Sol Poente)
1.3 Categoria
Escultura Pública
1.4 Subcategoria
Busto
1.7 Temporalidade da Obra
Perene
2.1 Data de Execução / Inauguração
17/04/2008
2.2 Justificação da Data
informe da Prefeitura de Colatina
3.1 Autoria
Nilson Camizão
3.3 Execução
Próprio artista
3.5 Mini-biografia
Nilson Camizão nasceu em Nanuque (MG) em 29/10/1966. É autodidata e iniciou nas artes aos 14 anos fazendo esculturas em terracota, depois em mármore e madeira. Posteriormente especializou-se no Bronze, desenvolvendo todo o processo em cera perdida no próprio ateliê.
Morou e teve ateliê na Bélgica e Holanda. Em sua extensa obra (mais de 3 mil peças em bronze e resina) figuram bustos de Zuenir Ventura, Sérgio Cabral, Afonso Romano de Sant'Anna, Filogônio Barbosa de Aguiar, Ignácio de Loyola, Marina Colasanti e outros. Suas obras estão presentes na França, Bélgica, Holanda Antuérpia, Bolívia, Caribe, Espanha, Japão e Alemanha. (1)
4.1 Endereço
Praça Sol Poente
4.2 Bairro
Esplanada
4.3 Município
Colatina
4.5 Espaço de Implementação
Praça Sol Poente
4.7.1 Coordenadas Geográficas – Latitude
19.5373019
4.7.2 Coordenadas Geográficas – Longitude
40.6351012
5.1 Material
Mármore sintético
5.2 Técnica
Fundição
5.5 Escala
Pequena (até 60 cm)
5.6 Assinatura
Não identificada
5.7 Placa/Inscrições
Sim
5.8 Transcrição
"Projeto corredor cultural
homenagem ao escritor Affonso Romano de Santana
"O que não escrevi, calou-me
O que não fiz, partiu-me
O que não senti, doeu-me
O que não vivi, morreu-me
O que adiei, adeus-se."
Prefeio Municipal - João Guerino Balestrassi
Vice-Prefeito - Leonardo Deptulski
Superintendente de Cultura - Dimas depulski
Escultor: Nilson Camizão"
6.1 Temática
Poetas brasileiros
6.2 Descrição Formal
O corredor cultural nasceu da proposta gerenciada pela operadora ‘Tim: Grandes Escritores Brasileiros', um projeto que viajava o Brasil todo. Neste caso, o projeto contemplou o Município de Colatina para apresentação de grandes nomes da literatura e da arte. Por se tratar de um projeto cultural de incentivo à leitura, pensou-se inicialmente em criar um corredor de bustos para homenagear os escritores vivos. “A planta emérita dos bustos contempla nas observações que a obra se compõe de escultura, embora sejam tipos retratos”, define a plástica da obra o artista Nilson Camizão, em conversa com a pesquisadora.
O artista ressalta que o motivo que lhe atraiu para a participação e produção desta obra foi a ideia de conceber um corredor cultural de escritores vivos, como composição única até então no país. ‘A obra ‘Corredor Cultural’ é composta por sete bustos, um marco para a Cidade que na ocasião explorava este projeto de propagação da leitura e da cultura.’ O artista informou que aceitou a proposta com intuito de contribuir com a Arte na cidade. ‘Uma ação de retribuição e agradecimento pelos seus filhos que nasceram aqui.’ Nilson ressalta que na época fez um contrato com a prefeitura de mensalidades para prestação de serviços, um valor simbólico em relação ao valor real da escultura. Nilson relata que ficou insatisfeito com a desvalorização da obra, mas que a produziu pelo fato do corredor favorecer culturalmente a cidade, que a fez contribuir para o fortalecimento e propagação cultural.
Nilson Camizão reforça que sua satisfação se dá pelo fato de ter retratado o busto do artista Filogônio em vida, ‘uma felicidade saber que ele andava pela cidade, imaginar que este pintor/ escritor poderia passar pelo corredor, e se auto identificar, reconhecer e sentir homenageado, valorizado e representado como o um artista que fez a diferença cultural na cidade, com pinturas reconhecidas’. Saber disso para Camizão é muito bom. Ele cita ainda o grande escritor Affonso Romano de Sant ́Anna, escreveu e publicou o livro ‘Desconstruindo Duchamp’ ‘importantíssimo para a História da Arte no Brasil, todos os estudiosos de arte já o leram’.
Fala ainda sobre Marina Colasanti que é uma grande artista, pintora, ilustradora. Ziraldo um personagem respeitado e reconhecido internacionalmente por suas incríveis histórias e feitos publicados. Zuenir Ventura, Inácio Loyola de Brandão escritor, diretor da revista ‘Planeta’ dos anos 70, que hoje é colunista do jornal O Estado de S. Paulo. ‘A obra em seu conjunto retrata figuras muito importantes para a arte.’ Ressalta.
Nilson relembra que a ideia principal do corredor cultural era fazer réplicas das peças em bronze que seriam fundidas por ele para compor uma exposição itinerante que percorreria as cidades residenciais dos artistas iniciando por Vitória, passando pelo Rio e por fim São Paulo.
O artista relembra que na época a Secretaria de Cultura resolveu inaugurar alguns bustos sem avisar, o que deixou Ziraldo chateado, tendo na ocasião o escritor ligado e externado sua insatisfação, pois pensava que teria sido um evento memorável se tivessem reunido todos os artistas retratados para a inauguração. Outro escritor descontente com a inauguração antecipada foi Afonso Santana, pois comungava com a ideia de reunir todos os homenageados na inauguração.
O artista Nilson Camizão enfatizou que todos os artistas retratados são pessoas de grande importância para a Cultura e Literatura Brasileira e não entende porque a prefeitura perdeu a chance de transformar esse momento em algo memorável, mas, que apesar da política, é de suma importância o investimento em arte urbana, com a instalação de obras em praça pública e espaços geográficos urbanos. Sendo um dever do Estado incentivar artistas a propagar sua arte, promovendo esteticamente locais de intervenção na cidade como tem no Rio e São Paulo, sendo carente aqui no Estado investimentos nesse sentido.
Nilson Camizão fala que em seu projeto inicial pretendia fazer um corredor cultural partindo de Linhares, Colatina, São Roque, Santa Tereza, Vitória e Guarapari, finalizando com o lançamento do livro ‘Corredor Cultural”. Relembra a infeliz cena cujo ex prefeito Sérgio Meneguelli, ‘ao ter que remover as obras de local, não tendo zelo para recuperar as peças que foram jogadas no chão e emendadas com cimento, sem nenhum cuidado em contratar profissionais especializados para realizar a remoção e restauração das peças, demonstrando com esta atitude pouco caso com a obra.’ Por fim, Camizão informou que o processo de fabricação foi bem acelerado, o que prejudicou a finalização idealizada pelo artista. Ele conta que produziu as sete obras entre cinco e seis meses, que a ideia original era ambiciosa, já que seria composta por 40 bustos e a pressa demonstrada pela equipe da época o fez abandonar o projeto inicial, concluindo então o corredor com os sete bustos que atualmente encontram-se instalados na praça Sol Poente, mas que para ele de maneira geral a cidade ganhou muito com esta obra.
Escritores Homenageados em vida:
-Sérgio Cabral- jornalista e político brasileiro
-Ziraldo- criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil
-Marina Calassanti- autora publicou mais de 70 obras para crianças e adultos
-Zuenir Ventura- é um jornalista e escritor brasileiro.
-Ignacio de Loyola Brandão- um contista, romancista, jornalista brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras.
-Filogônio Barbosa Aguiar- artista plástico, poeta, diretor de teatro e escritor
-Affonso Romanao de Sant'Anna escritor e poeta brasileiro.
O Técnico e Coordenador Musical da Secretaria de Cultura Sr. Efraim Maia Chaves, informou que a obra foi inaugurada no pleito do prefeito Guerino Balestrassi e que teria continuidade, porém, devido a mudança de governo teve que ser interrompida, mas que a mesma é de grande importância para a Cidade.’(2)
6.3 Dados Históricos
Sobre o homenageado:
Mineiro de Belo Horizonte, nasceu em 1937. Bacharelou-se em Letras Neolatinas pela UFMG, em 1962. Em 1969, também pela UFMG, com uma tese sobre Carlos Drummond de Andrade, tornou-se Doutor em Literatura Brasileira.
Nos anos 1960 participou ativamente de diversos movimentos de renovação da nossa poesia e, durante a ditadura militar, publicou, nos principais jornais brasileiros, corajosos poemas, reativando a relação do poeta com a vida social e política do país.
Entre 1990 e 1996, presidiu a Fundação Biblioteca Nacional, época em que estabeleceu uma eficaz política do livro e da leitura no país. Com cerca de quarenta livros publicados, entre poesia, ensaios e crônicas, é casado com a escritora Marina Colasanti e tem duas filhas. (3)
7.1 Propriedade
Pública
7.2 Aquisição
Encomenda
7.3 Nível de Proteção
Municipal / individual
7.4 Tombamento
Não identificado
8.1 Estado de conservação
Pouco alterado
8.2 Comentários/Observações
A praça foi remodelada e os bustos movidos e organizados em local diferente da inauguração, mas presentes no mesmo local.
8.3 Data da Avaliação
maio de 2022
9.1 Preservação
Pouco alterado
9.2 Intervenções de Conservação e Restauro realizadas na obra
Não Disponível
10.1 Autoria
Eloiza Comério e Nilo Tardin.
10.3 Coleção
não se aplica
11.1 Bibliográfica
(1) dados fornecidos pelo próprio artista
(2) Biblioteca Pública Municipal de Colatina;
Secretaria Municipal de Cultura de Colatina;
Informações cedidas pelo escultor Nilson Camizão , Efraim Maia Chaves, Jornalista Nilo Tardin.