Este trabalho trata da produção escultórica na arte fúnebre, em particular no contexto histórico do cemitério de Santo Antônio. A arte cemiterial está aqui entendida no contexto das intervenções urbanas que compõem a arte pública no Brasil. Destacamos que a história desse cemitério está ligada às pandemias e epidemias no século XVI até o atual momento, nesta causada pelo novo corona vírus. Infelizmente a malária, varíola (1558 e 1559), cólera (1855 e 1856) e o covid-19 (2019 e 2020) foram a causa do óbito de centenas de pessoas no estado do Espírito Santo, período este excepcionalmente grande e que interferiu consideravelmente no processo de morte e luto de diversos entes queridos. Sendo que, em meio a esta situação, o governo ES exigiu diversas mudanças e muitas pessoas se viram obrigadas a consagrar o último adeus à distância e/ou tempo e número reduzido, com caixões lacrados, ou mesmo rituais mórbidos através de chamadas de vídeo e que nos parece estar mudando os modos de presença e memorização da pessoa morta. Nossa hipótese é de que a arte cemiterial parece estar sendo substituída por processo midiáticos/tecnológicos de cultuar a memória do falecido, o que afetará sobremaneira a arte cemiterial. Para tanto, contextualiza-se a perda da memória e dos rituais funerários acerca da morte, frente a pandemia ou epidemias. Muitas pessoas precisam preservar a memória do falecido, sendo por esculturas ou por objetos deixados nos túmulos.
Compreende-se que a população precisa sentir o luto na sua ida ao local para se despedir de seus finados, devendo ser repensado para as possíveis pandemias e epidemias futuras.
Palavras-chave: Memória; Rituais; Pandemia; Epidemia.